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Leopard 1A5 para a Ucrânia: Por que ele é melhor que MBTs mais modernos? Saiba tudo neste vídeo!

Intro

Bem-vindos seguidores do Canal Caiafamaster. Direto ao ponto.

Cerca de 100 Leopard 1 estão sendo enviados para a Ucrânia.

O Leopard 1 é um tanque antigo, no entanto, militares servindo na Ucrânia apontam que, em muitos casos, o Leopard 1 é preferível à próxima geração de tanques de batalha principais enviados para a Ucrânia, ou seja, o Challenger 2 e o Leopard 2.

Notícias 

Primeiro, vamos falar sobre a notícia, de acordo com várias fontes, a Ucrânia deve receber em breve 110 tanques Leopard 1. São tanques reformados da Alemanha, Holanda e Dinamarca. Em fevereiro de 2023, o governo alemão concordou em permitir a exportação de tanques Leopard 1.

Note que isso ocorreu depois que Leopard 2s de vários países foram confirmados para serem enviados para a Ucrânia.

Alguns de vocês devem estar cientes, que já em abril de 2022, portanto, há mais de 1 ano, a empresa alemã Rheinmetall declarou que poderia enviar 50 tanques Leopard 1 para a Ucrânia, mas naquela época os principais tanques de batalha ocidentais ainda eram um “não muito não”.

Pelas informações disponíveis, estes tanques Leopard serão todos da versão Leopard 1A5, a última variante base disponível em grande número padronizada.

O Leopard 1A5 tem um sistema de imagem térmica e o sistema de controle de tiro EMES 18, que é semelhante, mas não idêntico ao do tanque Leopard 2.

Vejamos agora os pontos fortes e fracos do carro de combate alemão.

Por que o Leopard 1 é preferível ao Leopard 2

O foco dos planejadores militares com relação aos principais tanques de batalha é o quanto eles podem ser eficazes versus o custo dessa eficácia.

Os tanques de batalha principais são muito bons no que são construídos (combate a outros tanques, apoio móvel de fogo protegido), mas muito ruins em todo o resto”.

Os tanques precisam de apoio de outros sistemas de armas e da infantaria, a guerra de armas combinadas é muito importante.

Tanques sem esse suporte não podem realmente fornecer muito valor, como visto após a invasão russa a Ucrânia e o massacre de blindados e carros de combate que se seguiu.

Prioridades em matéria de armas para a Ucrânia

Para a Ucrânia, os sistemas de armas mais importantes e as áreas em que a Ucrânia deve receber apoio, são:

1. Artilharia e munições

2. Defesa Aérea e Vigilância Aérea.

3. Sistemas de reconhecimento e drones.

4. Veículos de combate mecanizados (IFV, MBT, APC….).

5. Equipamentos de guerra eletrônica.

Depois, o resto…

Por que a entrega de tanques mais antigos Leopard 1 é tão ou mais importante que os MBT atuais.

Embora os tanques Leopard 2 e Challenger 2 sejam claramente superiores aos tanques Leopard 1, isso é principalmente relevante em um combate tanque contra tanque. No entanto, tais situações são mais raras no campo de batalha da Ucrânia.

Os tanques na Ucrânia são geralmente destruídos por artilharia, minas ou armas de infantaria, e isso, naturalmente, deve-se à falta de uma guerra de armas combinadas adequada.

É fundamental ressaltar aqui que a guerra de armas combinadas não é apenas o uso de diferentes armas como tanques, infantaria e artilharia, mas o uso dessas armas de forma sincronizada.

As principais funções dos principais tanques de batalha na Ucrânia são o apoio de fogo com fogo direto e indireto e para isso os tanques mais antigos são adequados, tanto como os mais novos.

Custo

Tanques mais novos geralmente são melhores em termos de poder de fogo, proteção de blindagem, mobilidade, óptica e equipamentos de comando e controle, no entanto, esses benefícios têm um preço, e não estamos falando apenas do custo único para comprar, mas do custo contínuo em termos de logística, então é algo que tem de ser “pago” todos os dias e drena recursos de forma constante no sistema.

Existem várias razões para isso, uma delas é que os MBT atuais pesam consideravelmente mais.

Os tanques mais novos geralmente precisam de mais combustível, equipamentos de reparo, equipes de reparo, armas em calibres superiores também significam projéteis maiores que demandam mais caminhões nos trens logísticos e, portanto, também causam mais desgaste.

Além disso, como a Ucrânia também tem veículos baseados no chassi Leopard 1, como o tanque antiaéreo autopropulsado Gepard e o veículo de socorro Bergepanzer em serviço, há um pouco de comunalidade ao se adotar os Leopard 1A5.

Em termos de logística, o Leopard 1 é claramente preferível em muitos aspectos. Primeiro, historicamente, o Leopard 1 foi usado por muitos países da OTAN, e hoje em dia apenas a Grécia e a Turquia os operam, a Grécia tem cerca de 500 e a Turquia cerca de 400.

Além disso, ainda existem vários países que usam veículos baseados no chassi Leopard 1 como veículos de recuperação. Isso significa que muitas peças de reposição estão em estoque ou podem ser recuperadas.

Enquanto isso, para o Leopard 2 e o Challenger 2, essas peças podem não ser alocadas facilmente, já que ainda são usadas extensivamente também pelos países fabricantes e usuários desses carros. É claro que, no caso dos MBT atuais, a produção de peças de reposição provavelmente é mais ativa.

Peso (tática e logística)

O peso no sentido tático tem de lidar com os problemas relativos ao MLC ou classe de carga militar.

O peso do veículo tem um enorme potencial de problemas.

O Leo 2 pesa 60-62t, o Challenger chega a nada modestas 64t.

Enquanto isso, os modelos soviéticos (T-64, 72, 80,90) pesam apenas entre 38t e 47t.

Isso significa que a infraestrutura existente, como pontes fixas, bem como a logística empregando caminhões prancha, vagões prancha e ativos de engenharia como pontes lançadas por outros blindados ou montadas por tropas especializadas, não são projetadas para lidar com cargas tão altas. Isso limita severamente as capacidades operacionais desses sistemas de armas.

“O Leopard 1 com 43t, ou o AMX 30 com 36t não encontrariam problemas como esses. Evidente que os ucranianos não recusariam os pesados tanques de batalha principais, a filosofia deles tem sido “Por favor, envie o que funcionar. E por experiência própria, eles sabem que há potencial com sistemas mais antigos.”

Algumas informações gerais sobre o tanque Leopard 1A5.

Vejamos primeiro o poder de fogo.

O Leopard 1 é equipado com o canhão britânico L-7 de 105 mm que muitos tanques da OTAN usavam.

Era uma grande arma para a época, agora está um pouco ultrapassada, em suma: “105 mm não é maravilhosa, mas também não é terrível”.

Como mencionado, duelos de tanques são muito raros.  No entanto, algumas palavras sobre isso, o Leopard 1 teria muita dificuldade em penetrar os T-64, T-72, T-80s e T-90s russos pela frente, a menos que alguma munição bem melhorada seja usada.

O T-62 ou T-55 mais antigo não deve ser problema.

Tiros de flanco não devam ter problemas em penetrar qualquer um desses tanques, e acertos de sorte sempre podem acontecer.

Como mencionado, o sistema de controle de tiro do Leopard 1A5 foi atualizado: “O telêmetro a laser deu uma capacidade de aquisição rápida e mais precisa, reduzindo consideravelmente o lapso de tempo para abrir fogo com a capacidade de acerto no primeiro disparo muito maior.

O novo sistema de controle de tiro, além da distância ‘laserizada’, também incorporou fatores como temperatura do propelente, temperatura do ar, pressão do ar, vento lateral, mau funcionamento do sistema e posição do veículo.

O computador de controle de fogo permitia que o artilheiro mantivesse seu retículo no centro do alvo, independentemente do tipo de munição, fatores balísticos ou velocidade do alvo em movimento. O ângulo e a elevação eram dados pelo computador automaticamente, alinhando assim a arma de forma autônoma.”

A proteção de blindagem é a parte mais fraca do Leopard 1. Na filosofia de design do Leopard 1 KPz, uma decisão consciente havia sido tomada em 1956 para abandonar a corrida entre proteção e eficácia de munição, dando ao Leopard 1 proteção de blindagem relativamente modesta inicialmente.”

O casco é de aço regular, não de blindagem composta. Mais tarde, houve algumas atualizações de blindagem, mas geralmente essas não farão muita diferença contra as armas de tanques russos.

A blindagem adicional, no entanto, inclui suportes de choque especiais que devem reduzir os danos causados por disparos de canhões automáticos que podem danificar sensores, dispositivos de visão e outros equipamentos importantes.

E, certamente, podemos supor que os ucranianos colocarão armaduras reativas explosivas no Leopard para protegê-lo de RPGs, ATGM Kornet, drones Lancet e outras ogivas antitanque altamente explosivas.

Leopard 1: Mobilidade

O próximo é a mobilidade, este foi um dos pontos fortes do Leopard 1, mas essa mobilidade tem um valor bastante antigo.

O 1A5 tem uma relação potência/tonelada métrica de 19,5.

Em comparação, o T-80BV tem uma potência de 25,15 cavalos por tonelada métrica.

Quando se trata do T-72s, que é o tanque mais numeroso da Federação Russa, depende da variante, mas geralmente o Leopard está na extremidade inferior aqui.

O Leopard 1 provavelmente só é comparável aos T-72 mais fracos do Exército russo em termos de mobilidade.

No entanto, o Leopard 1 não deve ser páreo para os T-72 atualizados com os motores mais fortes, nem os T-80 e T-90.

No entanto, o Leopard 1 tem uma grande força em termos de mobilidade em comparação com os tanques russos, a sua alta velocidade de marcha à ré (reverse).

Muitos de vocês já devem ter visto imagens da guerra em que tanques russos ou ucranianos se voltam quando tentam se desvencilhar do inimigo, mas ao fazê-lo acabam expondo seu lado fraco, a traseira, ao inimigo.

Isso se deve ao fato de que eles têm uma velocidade de marcha à ré (reverse) muito baixa, de cerca de 5 km/h. Para certas manobras evasivas contra mísseis e mesmo em combate carro x carro, essa característica dá uma vantagem de sobrevivência importante aos Leopard 1A5

Leopard 1A5: Ergonomia

Se olharmos para os parâmetros de altura entre o Leopard 1 e o T-72, há uma grande diferença. A altura do teto é de 2,39 m para o Leopard 1 e 2,19 m para o T-72.

A filosofia de projeto soviética era geralmente manter os tanques tão pequenos quanto possível para fornecer um alvo difícil, e isso foi em parte alcançado devido ao design que priorizava pequenas áreas para as tripulações, mais o uso de carregadores automáticos que reduziram a tripulação para três homens, já que não há um municiador, enquanto os tanques americanos e alemães geralmente têm uma tripulação de 4 homens.

Os requerimentos de projeto para tanques soviéticos na década de 1960 levaram a uma série de tanques padrão que eram substancialmente menores e mais leves do que seus homólogos da OTAN. O T-72M1 carregado para combate pesava 41,5 toneladas em comparação com 56,8 toneladas do M1A1 – sendo, portanto, um terço mais leve. Um dos resultados mais imediatos disso foi a quantidade de espaço interno para a tripulação.

Pode-se argumentar que o espaço adicional no Leopard 1 apenas o torna um alvo maior e, considerando que ele é bastante fracamente blindado em geral, isso torna o Leopard 1 ainda mais fraco. Enquanto isso, outros podem argumentar que, devido a mais espaço para a tripulação, o Leopard 1 é mais adequado para operações de combate prolongadas do que os T-72, já que é menos apertado.

Resumo

Para resumir, a Ucrânia está recebendo 110 tanques Leopard 1, apesar desses tanques serem bastante antigos, eles não devem ser subestimados.

Primeiro, porque o combate tanque vs tanque é bastante raro.

Segundo, porque o Leopard 1 ainda está equipado com alguns sistemas atualizados, como controle de tiro e sistema de imagem térmica.

Em terceiro lugar, recursos como ergonomia podem ser importantes em certas missões.

Quarto, a alta velocidade reversa permite que o Leopard consiga desengajar de um combate com segurança, o que é particularmente importante para atrasar ações e no uso de táticas do tipo “atire e corra”.

Em quinto lugar, em termos de logística e peso, o Leopard 1 é claramente uma opção melhor do que os tanques de batalha principais mais recentes, como o Leopard 2 ou o Challenger 2.

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Roberto Caiafa
Jornalista e Repórter Fotográfico especializado na Editoria de Defesa com mais de 15 anos de experiência profissional. Corresponsal no Brasil de Infodefensa desde abril de 2011. Youtube Canal Caiafamaster (https://www.youtube.com/c/caiafamaster)

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1 Comment

  1. O problema hoje da blindagem é o fato que até mesmo IFV podem ser um problema para eles principalmente considerando as munições no casco (que tem uma blindagem menor). Isso tende a se agravar pois os Leopard’s muito provavelmente foi pensado para para metralhadoras/rifles pesadas de 14,5mm deve-se também ter uma capacidade de absorver somente os 20mm usado no Marder sendo que hoje o calibre padrão da maioria dos IFV é o 30mm, seja o 30x173mm ou o 30x165mm, porém hoje há uma corrida para um novo padrão 35mm (parte da Europa já adotou) 40mm (UK França e Bélgica) 50mm(EUA) e 57mm(Rússia). Sendo esse ultimo já deve ter visto combate na Ucrânia ou está próximo disso ocorrer.

    A velocidade dos desgaste e de perda em combate, faz acreditar que não veremos mais Leopard daqui a um tempo…é provável que venham a surgi novos MBT (puros além do Type 10 (japonês) e Type-15 (chinês)) com classe inferior a MLC50, porém a curto prazo devemos ver não só Centauro e Stryker (MGS) na Ucrânia como também o MPF Griffin II talvez a produção do seu concorrente (M8) também possa ser cogitado para repor a perda dos Leopard’s (e) da mobilidade e poder de fogo por eles representadas.

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