O Boletim do Exército Nº 31/2023, publicado no último dia 4 de agosto, traz duas portarias de significado importante para as Forças Blindadas brasileiras.
A primeira, PORTARIA – EME/C Ex Nº 1.111*, DE 27 DE JULHO DE 2023,
extingue o Estágio da Viatura Blindada de Combate Carro de Combate (VBC CC) M60 A3 TTS, para oficiais e sargentos.
Ou seja, não se formará mais pessoal para esse carro, o que indica um horizonte de desativação próximo, se for considerado questões de movimentação de pessoal, quadro de efetivos da unidade operadora, pessoal técnico/logístico capacitado disponível, etc.
Talvez mais uns 5/6 anos e a vida dos M-60 A3 TTS no Exército Brasileiro chegará ao seu inevitável fim.

M-60 A3 TTS estocado no Pq R Mnt 5ªRM, em Curitiba. (Foto: Roberto Caiafa)
A única unidade operadora dos M-60 A3 TTS no Exército Brasileiro, o “Cidade de Campo Grande” vai operar esses carros norte-americanos enquanto houver pessoal capacitado para suportar a frota, já bastante reduzida devido a questões de disponibilidade (uma boa quantidade desses clássicos MBT encontra-se estocada).
O mesmo deverá acontecer com os exemplares que servem na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) e no Centro de Instrução de Blindados (C I BLND).
*Art. 4º Esta Portaria entra em vigor em 1º de setembro de 2023
VBE SOC M578 – o fim da linha
A PORTARIA – EME/C Ex Nº 1.112*, DE 27 DE JULHO DE 2023, extingue o Estágio de Manutenção de Chassi da VBE SOC M578 para sargentos.
De forma inequívoca, a chegada dos VBE SOC 6×6 MAxxPro sobre rodas colocam uma pá de cal definitiva nesses cansados e desgastados veículos de esteiras, usados no EB para apoiarem e resgatarem os M-113, os M-108, M-109, Leopard 1Be e Leopard 1A5 BR.
A frota de 14 exemplares funcionais está bastante desgastada pelo uso contínuo por praticamente 50 anos, e não compensa mais investir recursos nestes veteranos veículos.
História
Criados para fornecer apoio na manutenção dos obuseiros auto-propulsados norte-americanos M-107 e M-110, esses carros podiam também recuperar veículos blindados leves danificados do campo de batalha.

Vista lateral de um M578 (Foto: Roberto Caiafa)
Nascia assim em 1963 o M-578 Light Recovery Vehicle, basicamente empregava-se o mesmo chassi e conjunto mecânico dos M-107 e M-110 operando em conjunto com um guindaste mecânico e hidráulico com capacidade para 30.000 lb (13.600 kg), que estava instalado em uma cabine blindada que podia girar 360 °.
Um segundo guincho com capacidade de 27.000 kg (60.000 lb) foi montado na frente da cabine, possibilitando assim arrastar diversos veículos leves e médios empregados até então pelo Exército Americano (US Army).
O acesso do operador dos sistemas de socorro era feito através de uma porta de cada lado e por portas duplas na traseira, enquanto o operador de guindaste e o rigger tinham cúpulas de visão no teto da cabine.
Empregando o mesmo conjunto mecânico das versões de artilharia autopropulsadas os M-578 possuíam uma autonomia de 724 km a uma velocidade máxima de 60 km/h o que lhe permitia operar satisfatoriamente com os M-107 e M-110 no campo de batalha.
*Art. 4º Esta Portaria entra em vigor a partir de 1º de setembro de 2023.

Vista frontal de um M578. (Foto: Roberto Caiafa)
Boa noite Caiafa! Falando em desativações,vc sabe alguma coisa sobre a noticia de aposentadoria dos HM-2 e HM-3 do EB?
Grande abraço.
Nossa os uruguaios vão adorar essa notícia kkkkk
Formei-me mecânico deste blindado em 1995 na, também extinta, Escola de Material Bélico – EsMB e sempre o vi como um excepcional blindado. Por fazer cerca de 300 metros por litro de Diesel ficou condenado a deixar de participar de diversas operações no terreno. Ainda assim, dentro da Organização Militar era uma mão na roda na Oficina.
Qual deve ser o substituto deles? Seria uma boa transformar alguns em monumentos em São Paulo para revitalizar o centro conforme planeja o governador Tarcísio e o prefeito Ricardo Nunes e também em Belo Horizonte.
Recolhidos aos Pq Reg Mnt para descarga e escrapping.
Deveria guardar alguns para servir de alvo para o futuro mbt.