A passagem do cargo de diretor presidente da Imbel, realizada no dia 4 de maio último, no Quartel General do Exército, confirmou a saída do general-de-divisão R1 Aderico Matiolli, e a chegada do novo diretor-geral, general-de-divisão R1 Ricardo Rodrigues Canhaci.
No entanto, o que causou grande alvoroço entre os observadores mais atentos a detalhes foi uma foto publicada no próprio website da Imbel mostrando uma apresentação do portifólio completo de armamentos da empresa para convidados e o novo diretor-geral, na sala que precede o estande de tiro na fábrica em Itajubá, Minas Gerais.
Até aí, nada demais, exceto pelo fato que, ao se ampliar a imagem, é possível identificar com clareza um fuzil de precisão protótipo ainda inédito, ação de ferrolho, com design moderno do tipo flat top full, incluindo o guarda mão sextavado com trilhos piccatiny, seguindo as tendências atuais para esse tipo de projeto no mercado mundial.
Seria esse o sucessor do Imbel AGLC?
A coronha da nova arma possui diversos ajustes e absorvedor de recuo, o corpo da arma, de polímero/metal sugere carregador de pelo menos cinco munições, alimentado por baixo/destacável, janela de ejeção a direita, e o cano, aparentemente do tipo flutuante, apresenta na ponta um robusto freio de boca aletado, indicando calibre de grande potência e necessidade de dissipar os gases do disparo, evitando entregar a posição do caçador.
Fechando a descrição da nova arma, na foto é possível observar uma luneta de grande alcance montada no trilho piccatiny flat top, mais uma vez, indicando tratar-se de uma arma de grande calibre, no mínimo 7,62 mm power.
A ação de ferrolho do tipo Mauser, usado anteriormente nos AGLC .308, foi abandonada em favor de um desenho mais moderno e adequado para a potência do calibre utilizado, sendo escolhida, para esse conceito protótipo, ação de ferrolho Remington.
Esse detalhe é importante, já que, segundo fontes ligadas ao Programa Estratégico do Exército COBRA, o novo fuzil caçador em tela para o Exército Brasileiro deverá possuir ação semi-auto, abandonando o clássico Mauser manual do século XIX, aproveitado de antigos Mosquefal e reutilizado nos Imbel AGLC, o que indica claramente que o protótipo da foto reveladora deve ser destinado, se adotado, para atender o mercado de CACs, Forças de Segurança Pública Estaduais e Federais.
Importante ressaltar, mais uma vez, que trata-se de um protótipo, e portanto, não é ainda o armamento definitivo.

O soldado brasileiro do século XXI, segundo o PEE COBRA
O Programa Estratégico do Exército COBRA, nos últimos anos, concebeu seu primeiro fuzil de precisão, o AGLC, batizado com as iniciais do militar que o concebeu, o coronel de infantaria Athos Gabriel Lacerda de Carvalho.
A arma vem sendo produzida, desde então, pela Imbel em sua fábrica de Itajubá, Minas Gerais.

O autor, na Imbel, atirando com um dos primeiros protótipos do “novo” Imbel AGLC, ainda equipado com ação de ferrolho Mauser e com design “old school” mais conservador.
Trata-se de um projeto que atende a realidade brasileira, usando o popular calibre 7,62 mm e ferrolho manual Mauser.
O projeto COBRA prevê sua substituição por um modelo que ofereça automatismo, como o M110 SASS, da empresa americana Knight’s Armament Company, um dos modelos que participam dos estudos em andamento. (atualizado 22:11)