- Renato Cotta é Consultor Técnico junto à Marinha do Brasil e desenvolve projetos na área de ciências térmicas
- O Professor Renato Machado Cotta, é Consultor Técnico junto à Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM)
Créditos: Primeiro-Tenente (RM2-T) Cecília Paes Ribeiro
O Professor Renato Machado Cotta, do Programa de Engenharia Mecânica da Coppe/UFRJ, foi agraciado com a Luikov Medal, a mais importante premiação internacional na área de Transferência de Calor e Massa.
Cotta é o primeiro contemplado que atua no Hemisfério Sul e fora do conjunto de países considerados como desenvolvidos.
A medalha é concedida, apenas a cada dois anos, pelo International Center for Heat and Mass Transfer (ICHMT), tendo sido atribuída pela primeira vez em 1979.
A premiação será entregue durante uma cerimônia específica que será realizada como parte da 17th International Heat Transfer Conference, de 14 a 18 de agosto.
Trata-se do principal evento na área, que ocorre a cada quatro anos, e terá a edição de 2023 realizada em Cape Town, na África do Sul.
Após receber a medalha, o professor da Coppe irá proferir uma palestra plenária sobre seus principais desenvolvimentos científicos que o levaram a conquistar esta importante distinção.
Os contemplados com a Medalha Luikov recebem esta premiação em função de suas notáveis contribuições para a ciência e arte da transferência de calor e massa, e de suas atividades de cooperação científica internacional.
A denominação Luikov Medal é uma dedicação ao Professor Aleksey Vasilievich Luikov, ex-diretor do Institute of Heat and Mass Transfer, da antiga União Soviética, em Minsk, falecido em 1974, e considerado como o cientista mais proeminente em Ciências Térmicas do século XX.
As indicações para a medalha Luikov são feitas pelos membros do Conselho Científico do ICHMT, avaliadas pelo Honors & Awards Committee, e a eleição é então realizada pelo Comitê Executivo do Centro.
Dos 21 grandes cientistas agraciados até o momento, nove atuam ou atuavam nos Estados Unidos, sete na Europa, três no Japão e dois na Rússia.
Com isso, Renato Cotta, torna-se o primeiro agraciado, não só do Hemisfério Sul como também dos países que não são considerados como desenvolvidos.
Com contribuições científicas e tecnológicas que incluem a coordenação de grandes projetos nacionais estratégicos, o pesquisador está ligado à Marinha desde 1986, quando se tornou consultor da então Coordenadoria para Projetos Especiais (COPESP), hoje Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), auxiliando no projeto das ultracentrífugas para enriquecimento isotópico de urânio.
Após atuar na criação da Agência Naval de Segurança Nuclear e Qualidade (AgNSNQ), atualmente está cedido à Marinha pela Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul) como Consultor Técnico da DGDNTM, órgão central do Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha (SCTMB).
Além do Projeto DESSAL, que traz a possibilidade de fornecimento de eletricidade e água dessalinizada para regiões com considerável estresse hídrico e permite um aproveitamento econômico-social do esforço contínuo da Marinha para o desenvolvimento de tecnologias nucleares e não-nucleares autóctones, também é um dos responsáveis pelo Projeto Aqua Vitae.
Este permite recuperar calor de baixa qualidade em quantidades suficientes de energia para utilização em processos secundários. Ou seja, o calor que normalmente seria rejeitado na natureza pode aumentar a eficiência energética em regiões isoladas como ilhas e faróis.
Em parceria com o IPqM, novas linhas de projetos estão em desenvolvimento.
Um exemplo é o progresso do projeto de metamateriais, ainda em fase inicial, mas que, segundo Renato Cotta, “promete algumas inovações tecnológicas para os próximos anos”. “Metamateriais são materiais que não existem na natureza, materiais concebidos e fabricados para criar propriedades efetivas que não encontramos por aí.
Propriedades excepcionais, inesperadas do ponto de vista físico, podem ser obtidas aparentemente alterando a estrutura e combinando materiais diferentes com uma estrutura projetada. Um exemplo são os mantos de invisibilidade, que saíram da ficção para a realidade”, disse